segunda-feira, 23 de março de 2009

Cotidiano


6:20- Toca o despertador, ela volta a dormir;
6:25- Acorda, mas dorme novamente;
6:30- Acorda e dorme;
6:32- Acorda e permanece deitada;
6:35- Levanta-se, pensa na vida e que quer chegar atrasada na aula, mas não como nas outras vezes sem conseguir. Desce as escadas, procura o uniforme.
6:40- Toma café, calmamente, pensa que devia parar com o achocolatado, devia fazer um suco, ela pensa nisso em todas as manhãs. Come pão doce com manteiga, por que não consegue comer uma fruta ou um pão integral?
6:45- Ela não consegue comer devagar, já sobe novamente para o quarto, acarinha a gatinha preferida e vai se arrumar e coloca a calça jeans, a blusa de uniforme. Para e olha-se no espelho, fica pensativa, quer que o tempo passe, ela arruma o cabelo de um jeito, calça o tênis, coloca o brinco.
7:00- Olha a hora, está cedo, para se atrasar deve sair de casa pelo menos as 7:10, olha de novo no espelho e resolve prender o cabelo, está muito quente, ela não gosta, mas prefere o conforto à beleza.
7:05- Escova os dentes, olha para a pele e tem um ódio! Sim, ela deve parar com o achocolatado. Pensa no que está fazendo e não pensa em nada.
7:10- Coloca a mochila nas costas, desce as escadas novamente, dá um tchau frio ao pai, abre a porta, sai, olha no relógio...
7:11- É, hoje deve dar para chegar atrasada no colégio, tudo o que ela quer é perder a tão sofrida primeira aula de matemática.
7:12- Anda vagarosamente, pensa na vida, no vestibular, em porque ela não consegue estudar direito, se quer federal ou PUC, se vai arriscar no palpite da orientadora vocacional, se é isso mesmo que ela quer, ou se ela simplesmente não quer nada, quer viver sem se preocupar.
7:17- Ela se lembra que essa preocupação tão odiada agora, antes era totalmente almejada, esperada, ela viu que pediu tanto para crescer que acabou com as responsabilidades de quem cresceu, sem ter passado tanto tempo.
7:21- Chegou ao colégio, feliz! Conseguiu se atrasar, encontrou com a amiga, também atrasada, mas não de propósito.
7:25- Queria sentar e dormir, ou sentar e escrever, acabou sentando e conversando. Mas foi bom.
8:00- bate o sinal, entra em sala, correção de provas, fica triste e com muita raiva! Notas péssimas! Mas porque? ela nunca fora tão ruim assim. Fica nisso a aula toda.
12:30- Acaba a aula, ela corre para casa, pega um pouco de chuva no caminho, almoça rapidamente, toma banho, arruma suas coisas e volta para o colégio.
13:35- Chega na aula, atrasada novamente, mas dessa vez não foi de propósito, dormiu na aula, mas mesmo assim conseguiu aproveitar um pouco.
14:45- Aula de matemática, como ela odeia! Quer prestar atenção, precisa, mas não consegue. Não agüenta e sai mais cedo da aula, volta para a casa.
15:45- Entra na internet, toma café, lê um depoimento que até a balança, a faz querer mudar uma postura, mas ela se mantém firme naquela decisão já tomada.
16:00- Vai para a aula de dança;
16:30- Chega, se alonga, aquece e vai dançar. Como ela ama isso, como ela se entrega, como ela faz o seu melhor, força aqui e ali, escuta atentamente as observações da professora, tenta corrigir, e na hora de dançar de fato, se solta, relaxa, usa de todo o seu corpo, busca o máximo, fecha os olhos, sente a música, os movimentos, os músculos de seu corpo se mexendo, cada articulação, cada centímetro de movimento é controlado por sua paixão.
19:00- Já está em casa, toma banho, entra na internet, quem ela quer não vem conversar com ela, por isso ela sai e vai estudar.

Hoje ela decidiu que vai cumprir todos os compromissos que assumiu, por isso tudo que faz, faz direito (pra ela, a partir de hoje). Hoje ela decidiu que quer muito mais da vida, hoje ela percebeu que essa monotonia a faz mal, hoje ela viu que essa rotina só a deixa mais saturada de tudo, do que ela é, do que ela pensa que é.

24:00- Ela já dormiu, está sonhando com o que quer ser, com o que quer fazer. Sonhando com uma vida que ela ainda vai ter e até mesmo planejando os próximos passos para a mudança que ela vai fazer acontecer.

01:00- Ela adormece e já nem sonha mais...

quinta-feira, 12 de março de 2009

Homens


Eles não entendem a "verdade feminina", não sabem como lidar com nossa emoção, não entendem a nossa sensibilidade aguçada e nem sequer se importam com amenidades como nos importamos.
São desligados e despojados. Alguns se equiparam com a nossa vaidade, mas mesmo assim não entendem o nosso mundo. Mas para que eles deveriam entender?
Se entendessem e se identificassem onde iria parar o nosso charminho? A nossa velha fala: "Você não me entende!" Quando que saberíamos valorizar um homem por ser mais compreensível, por não se importar com as horas que levamos para nos arrumar e que no momento mais inesperado diz: "Como você está linda!" Fazendo com que nossos olhos brilhem e entendam o quão especial ele é.
Eles não entendem o quão realizadas nos sentimos por aquele ciúmes que eles insistem em dizer que não sentiram, e só agora eu compreendi que para "se entender" naquela intensidade perfeita, primeiro é necessário que se brigue, grite, "aciúme" chore, exploda, depois do silêncio vem os intermináveis pedidos de desculpa e aqueles beijos desesperados e ardentes ou aqueles abraços aconchegantes e seguros para os quais entregamos nossa vida. O atrito da barba com a nossa pele macia, da mão pesada e forte com o nosso corpo frágil e o olhar de dominação entre ambas as partes.
O puxão de cabelo na medida e na hora certa, a maneira como eles seguram nosso corpo, e como o corpo responde a esse estímulo com impulsos e arrepios, como conseguimos falar tudo sem falar nada e como no fundo nós adoramos quando eles implicam com agente. A maneira que uma simples palavra deles pode fazer com que nosso mundo caia ou que nosso espírito se eleve!
A mão na nossa cintura, a boca na nossa nuca, o ombro amigo na hora do choro, a paciência com a nossa ignorância com o futebol ou como eles se perdem na nossa sensualidade e provocações. Como eles parecem crianças ao jogar um vídeo game ou ver novo modelo de um carro qualquer.
Toda essa diferença entre homens e mulheres é o que faz com que cada característica, cada defeito uns dos outros seja valorizada. Reclamamos e brigamos, mas a verdade é que nos completamos.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Clichês a parte: "vivendo e aprendendo"


Um dia você pára e olha para tudo o que já fez, olha para aquele erro que você cometeu tão convicta do que estava fazendo, que parecia a verdade absoluta. Você vê que nem todos a quem damos valor o merecia, que aquele amigo distante, que você chegou até mesmo a não lembrar da existência em alguns momentos, era quem estava ao seu lado por todo o tempo. Ou pior, descobre que não cultivou amizades verdadeiras nem ao menos plantou bons sentimentos! Descobre que toda a sua solidariedade em alguns momentos, não passou da maior prova de seu egoísmo. Mas apesar de tudo vê que viveu intensamente, e que por mais que esteja sozinho tem lembranças tão boas que se tornam esperança. Que no final das contas tudo muda, que aquele que não estava do seu lado de verdade foi quem mais te trouxe alegria e aquele que estava próximo só mágoas, além do mais o que importa são quantos sorrisos foram dados, gargalhadas e boas lembranças (olha elas aqui de novo). Descobre que tudo o que você pensa hoje não tem um terço das verdades que você acreditará piamente amanhã.
Você acaba por descobrir que perdeu tanto tempo preocupando-se com coisas estressantes e banais que não aproveitou o ápice do momento, mas que apesar dos pesares você já viveu, "o que passou passou", e o seu melhor é você quem faz e você é quem decide como será o seu pior e seu melhor momento, ou até mesmo se você terá apenas melhores momentos, tudo vai de como você olha pras coisas, é só decidir como você quer viver!
Você vê que viver bem é simplesmente viver com tudo que se tem direito!
É valorizar as simplicidades, é rir da vida.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Imagens secretas

Andando por meus pensamentos avistei um castelo. Sem entender parei e me perguntei o que era aquilo, não soube responder, pensei então que devia ser fruto da minha imaginação. Aproximei-me, era um castelo negro, no que, outrora, devia ser um lago, não havia água. De repente a ponte abaixou, entrei. No castelo tinha imagens estranhas, algumas irreconhecíveis, mas também havia outras que eu bem me lembrava e não era agradável. Nada permanecia igual, a cada passo era um novo lugar. – Que lugar é esse em que tudo muda?- Me perguntava. Mas a mudança era tanta que não havia como tecer uma resposta. Emocionei-me, não sei como definir que sentimento se apossou de mim neste castelo. Uma imagem me fazia chorar, um odor me transportava a outra sala, outra lembrança.
Este castelo negro era, na verdade, minha consciência, a qual só tive acesso essa única vez, foi como um disquete que se prendeu e não funciona mais. A cada vez que não estou em paz com minha consciência sinto o lago deste castelo secando, suas paredes se escurecendo e seu interior inquieto. É assim, um reflexo dos meus sentimentos que nem eu conheço. Uma imagem do meu inconsciente.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Dúvidas nem tão cruéis assim


Essa palavrinha, dúvida, não se é angustiante ou esclarescedora. A dúvida sempre é tratada como algo negativo, pode ser até um otimismo exagerado da minha parte dizer que não, mas eu trato a dúvida como uma oportunidade de pensar melhor na escolha, pesar as consequencias, os "prós e contras".
A dúvida é o momento da escolha, aí vc pensa, "óo num diga! Só que o difícil é escolher...", mas ao se angustiar com ela você pode estar prejudicando esta escolha, se pensarmos que cada escolha nossa pode mudar a nossa vida, acabaremos sempre em dúvida. No entanto se encararmos a dúvida como algo ruim estaremos nos privando de fazer uma escolha melhor, ou ao menos escolhendo com menos certeza e inteireza.
A dúvida é simplesmente uma oportunidade de melhor escolha! ;)

Muita turbulência pra pouco convívio!


Porque conviver é tão difícil?
Porque simplesmente quando alguém está de mau humor ela não some?
Porque um mal intendido não pode ser resolvido simplesmente com uma conversa?
Porque todo mundo sempre pensa que está certo? e grita, e esperneia, discute, briga, se desentende.
Porque a compreenção entre as pessoas é tão rara?
Porque não compartilhamos nossas necessidades?
Porque ceder algumas vezes é tão difícil?
Porque nos acomodamos com certas situações?

Não quero respostas para essas perguntas, a maior parte delas eu sei o porque, nem mesmo sou hipócrita de achar que eu também não sou assim, é simplesmente uma lamentação, um desabafo, inútil de situações que se resolvem, ou não, com o tempo. Quem sabe um dia agente acerta na convivência...