quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Textos velhos 3


Esse não foi espontâneo, era uma proposta de produção textual, e como início tinha a frase: “Abriu os olhos e não conseguiu acreditar no que via” daí pra frente é tudo inspiração! rs

Chamava-se: "O sonho de um futuro próximo" agora chama-se Naturalmente.


Abriu os olhos e não conseguiu acreditar no que via” , era assombroso, via desespero, rostos em prantos, lágrimas aos montes. Viu sonhos serem destruídos junto aquela montanha de lixo; vidas inteiras se dissipando numa irresponsabilidade humana. E quando acordou de seus delírios lamuriosos percebeu que apenas observava o dia-a-dia no aterro sanitário, seu vizinho. Voltou para a sua rotina, desembrulhando suas compras das sacolas de plástico, comendo os mesmos produtos industrializados e assistindo ao telejornal com as mesmas tragédias estampadas em sangue verdejante, acalmou-se e tentou esquecer daquela imagem que teve o desprazer de identificar como o futuro da humanidade.

Textos velhos 2 "Isa por Isa"


Este texto foi na verdade um "Quem sou eu" do meu orkut a algum tempo, eu já mudei um pouco, mas preferí deixar o texto com está:


É ela que ta ali sempre rodeada de gente, mas na verdade esta é sozinha;
É ela que ta sempre vivendo em outro mundo;
É ela que se importa de mais, com coisas de mais, com aquelas coisas que na verdade não são nada de mais;
É ela que dá o seu melhor quando quer;
É ela que engana a si mesma dizendo que está dando o seu melhor;
É ela a menina carente, muito carente;
É ela que sabe aonde quer chegar, mas muitas vezes se deixa levar pelas distrações do caminho;
É ela que sonha de mais, que sonha a todo o momento, sobre todos os aspectos;
É ela que quer sempre estar melhor do que está e nunca se contenta com as coisas como estão, mas ao mesmo tempo é aquela que diz: “deixa acontecer naturalmente”, “vamos ver no que é que dá!”;
É ela que tem medo de se arriscar, isso mesmo, é aquela que por mais que odeie admitir não vive intensamente, por simples medo;
É ela que esquece do mundo quando dança, que faz o seu mundo ali, o seu melhor ali;
É ela a menina mulher que não sabe bem o que quer ser;
É ela que se contradiz o tempo inteiro;
É ela que às vezes desencana e vai viver;
É ela que parou de tentar agradar;
É ela a menina que já enxergou seus erros;
É ela que quer mudar, sempre mudar;
É ela a menina que conhece muita gente;
É ela que fecha os olhos e se deixa enlouquecer;
É ela que sempre erra tentando acertar, e sempre quando acerta foi sem querer;
É ela que ta esperando por alguma coisa que nem ela mesmo sabe;
Mas no final das contas ela só quer viver feliz.

Textos velhos 1


Revirando meus arquivos encontrei alguns textos que escrevi a muito tempo. Resolvi postá-los aqui. O primeiro deles tinha o nome de "A imagem de um disquete" mas hoje o chamaria de Inconsciência:

Andando por meus pensamentos avistei um castelo. Sem entender parei e me perguntei o que era aquilo, não soube responder, pensei então que devia ser fruto da minha imaginação. Aproximei-me, era um castelo negro, no que, outrora, devia ser um lago, não havia água. De repente a ponte abaixou, entrei. No castelo tinha imagens estranhas, algumas irreconhecíveis, mas também havia outras que eu bem me lembrava e não era agradável. Nada permanecia igual, a cada passo era um novo lugar. – Que lugar é esse em que tudo muda?- Me perguntava. Mas a mudança era tanta que não havia como tecer uma resposta. Emocionei-me, não sei como definir que sentimento se apossou de mim neste castelo. Uma imagem me fazia chorar, um odor me transportava a outra sala, outra lembrança.
Este castelo negro era, na verdade, minha consciência, a qual só tive acesso essa única vez, foi como um disquete que se prendeu e não funciona mais. A cada vez que não estou em paz com minha consciência sinto o lago deste castelo secando, suas paredes se escurecendo e seu interior inquieto. É assim, um reflexo dos meus sentimentos que nem eu conheço. Uma imagem do meu inconsciente.

Estranhamente belo


Hoje fui ao museu de Ciências morfológicas da UFMG, Antes de conhecer o museu, ouve uma palestra como introdução à visita, palestra essa feita por uma bióloga. O que mais me intrigou foi o tom de filosofia da palestra. Todos acharam fascinante e tremendamente interessante, eu já achei um completo clichê e um tanto apelativo. De qualquer maneira, o objetivo da palestra era demonstrar o algo além dos objetos expostos, o sentimento, a vida que tem atrás de cada peça, peças de mortos. Objetivo atingido, então pouco importa o que eu realmente achei do modo como a palestra foi construída.
As peças em si principalmente as de fetos, Foram as que mais me impressionaram, além do fígado, que é muito maior do que eu poderia imaginar. Mas o que mais me "inquietou" de tudo isso foi uma fala da palestrante: "Arte é belo não é?" e um coro em resposta: "Sim!" Porém apesar de ter me contido, não concordo. Arte não é necessariamente belo, arte também causa repúdio, causa medo, inquietação, causa centenas de sentimentos e sensações que não nos levam a beleza em si. Arte, para mim, é para tocar, mexer com o espectador, mesmo que isso cause estranhamento. Assim como cada órgão humano, cada tecido, músculo e osso que vi hoje. Tem algo mais artístico, mais assustador e tamanhamente encantador e surpreendente quanto o corpo humano? Pode até existir, mas isso não tira toda a perfeição deste objeto de arte. É uma célula que serve para isso, um ribossomo que leva a mensagem é um lipídio que serve para aquilo, uma glândula para produzir determinado hormônio que te faz sentir de determinada maneira. É como um quebra cabeça, tudo tem lugar certo. Não há outro encaixe, outra maneira. O corpo humano é a maior prova de que arte não tem que ser necessariamente belo (digo isso pensando em quem não vê a beleza do corpo e organismo humano) e de que a beleza é algo muito mais subjetivo. Era isso que eu queria ter dito. Há muito mais beleza em cada um de nós do qualquer objeto tradicionalmente chamado de objeto de arte.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Infame


A ilegalidade é algo simplesmente, maravilhosamente tentadora, não é?
Cada dia, cada segredo, por mais angustiante que seja, nos dá uma adrenalina sem igual, é um olhar mais atento a rua, a quem passa e ao que se passa... Tudo bem, que a preocupação em ser descoberto te dispersa muito do próprio momento, mas de qualquer maneira, quando se pode tudo, não se dá valor a nada. De um jeito ou de outro ainda almejo não precisar mais desta adrenalina no meu dia a dia, não precisar mais de preocupar, de olhar, de procurar. Almejo com todas as minhas forças me ver livre desta tentação, almejo me ver fora dessa jogatina. O quanto antes, da melhor maneira possível. Para que assim eu possa, andar tranqüila, sem pensar em nada que me aflija, nem ao menos nos problemas ou nos dilemas. Só divagar livre do mundo.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Apostas


Muitas vezes é tão difícil fazer o que se tem vontade, é inadmissível, contra as regras, ou simplesmente não é um passo inteligente para um jogo, sim um jogo! Porque é isso que nós fazemos o tempo inteiro, jogamos.
Jogamos, com nossos amigos, chefes, pretendentes, amores. Jogamos o tempo todo, fingimos não ligar para não dar o braço a torcer, escondemos o que sentimos para não parecer fraco, ou simplesmente fingimos não ligar para parecer por cima da situação. É assim, vivemos fingindo pra conseguir viver algo de certo, real... Tentamos, não falar, não chorar e até mesmo não sentir, mas quando não conseguimos o não-sentimento, nos contentamos com o não-viver. Fingimos que não aconteceu, que não está acontecendo nada, que está tudo bem, tudo certo, que estamos bem. Sendo que na verdade só estamos esperando que o outro entenda o nosso jogo e que faça sua jogada.
Mas é assim continuamos esperando, fingindo e jogando... Apostando as fichas da vida numa jogada que não se tem certeza se pode dar certo. É o risco do jogo, perder!