domingo, 28 de março de 2010

Ressaca

Acorda. Aquele estômago embrulhando, e lembra-se que a dor de cabeça tinha passado, mas já é tarde para comemorar porque ela já está de volta ao seu posto, aquele gosto de cinza na boca, aquele gosto que sempre aparece nessas manhãs, mesmo sem ter fumado.
Olha no relógio, 7 e 30 da manhã. Claro! Seu corpo faz questão de te acordar cedo para que você sinta tudo com a maior intensidade e pelo maior tempo possível. Ele inocentemente aceitou tudo que você ingeriu, aceitou, aceitou e aceitou, mas agora faz com que você aceite a porra da ressaca!
Aqui, agora, onde não se pode nem pensar que a cabeça estremece não se pode falar que dói e pior, não se lembra porque diabos ficamos assim.
Daqui a algumas horas seus amigos também vão acordar, e te ligar, pra te zuar, por você ter extravasado na noite anterior. Por que você chorou, por que você gargalhou, ou se enrolou. Seja o que for alguma coisa você fez!
Ressaca é mesmo uma merda.
Por que não dá para ficar só na manguaça? No auge do momento, fazendo o que se tem vontade. Se livrando de tudo aquilo que ficava preso, guardado, escondido.
Ressaca é como aquela pessoa chata, que todo mundo convive com uma na vida, que te enche o saco e joga tudo na sua cara.
Quando a gente se despede dela, esperamos não encontrá-la mais, prometemos maneirar, ou qualquer coisa do tipo. Mas quando dizem que gostamos de sofrer, deve ser a pura verdade, por que na primeira oportunidade já estamos nós lá de novo bêbados cumprimentando-a: “Oi Rê! Senta aí e toma uma, que mais tarde a gente leva aquele papo.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário